Modern Photography

Isabel Amado Fotografia & Luciana Brito Galeria
[Luciana Brito Galeria]
November 21, 2020 – January 31, 2021



Luciana Brito Galeria and Isabel Amado Fotografia are joining forces once again to strengthen the partnership begun in 2019 and lend continuity to the work of disseminating Brazilian modern photography. In its second edition, the exhibition Modern Photography: Gaspar Gasparian, Geraldo de Barros, Gertrudes Altschul, Marcel Giró, Paulo Pires and Thomaz Farkas features a selection of photographs which very significantly recover the historical phase when Brazilian photography stepped away from pictorialism to begin an investigation into abstraction.

In a context of intense social, economic and political transformations, the 1940s and 1950s were fundamental for consolidating Brazilian photography within the visual arts. The impact of the processes of modernization of the large cities pushed photography to an entirely new artistic and conceptual level. Photography went from being a mere recording tool to a vehicle for technical and aesthetic visual experimentation and for the formalization of a new language in the arts. This discussion was brought to a higher level by the photo club movement, consisting of groups such as the FCCB (Foto Cine Clube Bandeirante), which promoted and organized this activity within the circuit. Photography then began to be considered as a means of artistic expression, which had the photo clubs as a form of organization and professionalization of this sector, through the training of photographers, technical improvements, and the systematization of production, along with the organization of shows, juried exhibitions and national and international competitions.

While they each present their own specificity within Brazilian modern photography, the artists chosen for this show share a common aim: the search for improvements that are not only technical, but also representative in the sense of escaping from traditionalism and renewing the concepts of photography in the Brazilian context. Abstractionism within photographic research represents a fundamental turning point for definitively positioning this language among the canons of art history. Shadows, textures, geometric shapes, darkroom experiments, the Sabattier effect and photograms were artifices intensely explored by these artists.

After nearly 70 years, the results of these undertakings can be assessed, since representative institutions in Brazil and other countries are focusing on the importance of this movement and on the advance of current photography around the world. For example, in March 2021 the Museum of Modern Art, New York, is inaugurating the largest exhibition ever held outside Brazil dedicated precisely to this facet of Brazilian history.


Artists
Gaspar Gasparian
Geraldo de Barros
Gertrudes Altschul
Marcel Giró
Paulo Pires
Thomaz Farkas


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MoMA exibe a moderna fotografia brasileira [PT]

O Estado de S.Paulo Newspaper
[By Antonio Gonçalves Filho]
October 08, 2020


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Museu norte-americano abre em 2021 exposição Fotoclubismo: Brazilian Modernist Photography, 1946-1964

Maior exposição da moderna fotografia brasileira montada fora do País, a mostra Fotoclubismo: Brazilian Modernist Photography, 1946-1964, que será aberta em março do próximo ano no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), terá 140 fotos de 60 fotógrafos do histórico Foto Cine Clube Bandeirante (FCCB), grupo de amadores que representou o ápice do movimento fotoclubista no Brasil, atividade que se propagou, nos anos 1940, pelas principais capitais do País. A curadora da mostra, Sarah Meister, uma entusiasta que ajudou a ampliar a coleção de brasileiros no museu norte-americano, concedeu uma entrevista ao Estadão em que destacou a importância de fotógrafos modernos como Thomas Farkas – o primeiro a entrar no acervo do MoMA, em 1949 –, Geraldo de Barros, German Lorca, Gertrudes Altschul, José Yalenti e Marcel Giró, entre outros.

A ordem dos nomes citados não corresponderia, na época do Foto Cine Clube Bandeirante, à rígida hierarquia adotada para classificar os sócios nos anos 1940. Eles eram considerados novíssimos, júniors e seniors, dependendo do nível em que se encontravam – os autores do livro A Fotografia Moderna no Brasil, Helouise Costa e Renato Rodrigues da Silva, consideram o fotoclubismo uma atividade de caráter elitista, visto que a condição do fotógrafo clubista, segundo os autores, “era a do profissional liberal que, dono de uma situação financeira privilegiada, podia se dedicar à fotografia em suas horas vagas”. Em todo caso, alguns fotógrafos modernistas não se encaixam nesse perfil – e um bom exemplo é German Lorca, ainda ativo aos 98 anos, que trocou a profissão de contador ao abrir, em 1952, seu primeiro estúdio fotográfico.

“Desde a invenção da câmera Kodak, em 1889, fotógrafos com ambição artística lutaram para se distanciar do trabalho de amadores ou de simples profissionais interessados apenas em produção. E, como no caso de nosso contemporâneo Instagram, dentro do Foto Cine Clube Bandeirante havia muitos fotógrafos inventivos, ambiciosos, produzindo trabalhos inesquecíveis, enquanto outros eram menos originais”, avalia Sarah Meister.

O desafio para a curadora, ela admite, foi evitar que seu julgamento privado distorcesse o papel dos fotógrafos e seus respectivos trabalhos associados ao Foto Cine Clube Bandeirante. “Enquanto sinto ser muito importante para a exposição transmitir ao público o sentido da diversidade que caracterizou o clube, é igualmente essencial permitir uma apreciação mais detalhada dos trabalhos das figuras importantes desse cenário. No final, o centro da exposição e do catálogo que a acompanha são seis artistas que receberam considerações monográficas: Geraldo De Barros, German Lorca, Gertrudes Altschul, José Yalenti, Marcel Giró e Thomaz Farkas. Esses fotógrafos são artistas singulares, cujo trabalho merece maior reconhecimento, particularmente fora do Brasil.”

O movimento fotoclubista paulista foi, de fato, inovador a ponto de estabelecer parâmetros estéticos que definiram o modernismo fotográfico brasileiro e se afastaram tanto da fotografia documental do século 19 como do fotopictorialismo dominante no começo do século passado. Os membros do Foto Cine Clube Bandeirante souberam aproveitar a maré favorável do desenvolvimento industrial do País no pós-guerra, embora a curadora Sarah Meister estranhe o reduzido número de fotógrafos que acompanharam o nascimento da nova capital, Brasília, fundada sob o signo dessa nova era.

“É curioso como a fundação de Brasília foi quase ignorada pelo Foto Cine Clube Bandeirante”, observa a curadora. “Quando Farkas fotografou a nova capital, ele já não era mais integrante do clube, e as únicas imagens que aparecem no boletim (a revista mensal do FCCB) são uma página de propaganda da Kodak, de janeiro de 1961, e ‘Sentinela’, de um membro júnior chamado Mamede F. Costa, em julho/agosto do mesmo ano.”

Thomas Farkas não foi pioneiro só no registro da nova capital. Ao ingressar no Foto Cine Clube Bandeirante, por volta de 1945, ele ficou conhecido por seus enquadramentos anticonvencionais e ângulos insólitos. Outro que seguiu esse caminho e acabou fazendo novas experimentações foi Geraldo de Barros, o pioneiro do FCCB (ele entrou no clube em 1949) a realizar intervenções no processo fotográfico tradicional, enveredando por um caminho que o levou ao abstracionismo por meio de múltiplas exposições, cortes em cópias acabadas e simulação de uma outra realidade nessas variadas interposições.

Não se conclua por esses dois nomes que o FCCB fosse um Clube do Bolinha. Houve muitas Luluzinhas igualmente ousadas, que também gostavam de fotografar e estão na exposição do MoMA organizada por Sarah Meister. “As aquisições de fotos de artistas ligados ao FCCB incluem diversas artistas mulheres que considero do primeiro time, como Gertrudes Altschul, Dulce Carneiro e Barbara Mors”, diz ela.

O MoMA, segundo a curadora, tem mais de 30 mil fotos em seu acervo, desde os pioneiros da fotografia moderna na França (Eugene Atget, Cartier-Bresson) até norte-americanos como Walker Evans (o grande fotógrafo da Depressão) e Garry Winogrand (conhecido por suas fotos de rua). “Nas décadas mais recentes, temos feito esforços para ampliar nossa coleção com foco em regiões fora do eixo EUA-Europa, o que explica o crescimento dos latinos no acervo”, relata a curadora, citando recentes aquisições de obras de artistas brasileiros contemporâneos como Regina Silveira, Rosângela Rennó e Sofia Borges. “Vale lembrar que temos imagens registradas por Cláudia Andujar dos anos 1960”, cita a curadora. A primeira foto brasileira (de Farkas) entrou na coleção do museu americano em 1949 graças ao interesse do então diretor do MoMA (e também fotógrafo) Edward Steichen (1879-1973). Depois foi a vez de Geraldo de Barros (em 2005). Todas as outras fotos brasileiras foram compradas depois de 2013.

“Acho fascinante que, embora os pioneiros modernos brasileiros estivessem ligados aos avanços da época – e mais diretamente a Otto Steinert (fundador do grupo Fotoform) e outros associados à fotografia subjetiva –, a ligação deles com fotógrafos norte-americanos se restringiu a amadores. Aparentemente não tinham contato com Harry Callahan ou Aaron Siskind”, conclui a curadora.

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